quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

As mulheres da Família Leão

Já diziam ditados antigos que por trás de grandes homens sempre havia grandes mulheres, fortes, perseverantes, enfim guerreiras que contribuíram decisivamente para que uma história fosse construída.


Na época em que apenas os homens possuíam direito de se manifestar, elas foram protagonistas, ao invés de serem “mulheres de”, tinham sua identidade individual pelo que construíram ao longo do tempo, nas palavras eternizadoras de Tizuka Yamazaki foram genuínas “mulher-macho”.


A primeira destas foi Joana Maria da Conceição, a Grande da Serra [de Joaquim Vieira, hoje distrito de São José da Mata], neta de escravos, que comandava com mãos de ferro as grandes extensões de terra de seu marido, João Miguel Leão, no século XIX. Há quem diga que ela foi responsável pela morte de muitos escravos, outros afirmam categoricamente que ela foi pega em um lombo de burro lá pelas bandas do Recife, mas essas são as lendas criadas pela tradição oral ao passar das gerações.


Outra Joana, filha de outra Maria da Conceição, a Antonia [Mãe Toinha] e de José F. Leão [Pai Zé], quando crescida e depois de casada tornou-se “Mãe Donzinha”, a geradora de duas outras mulheres que compõem a nossa história: Edith e Maria. Quem as conheceu nos tempos da Rua do Poente, do Paraíba Hotel [do pai delas, Miguel Teodósio] lembra-se com certeza do relacionamento conflituoso [termo bem eufemístico] que unia as duas, o qual proporcionou acontecimentos hilários, mas que na condição de sobrinho-neto de uma e neto da outra elas não me permitiriam revelar-lhes.


Edith foi ao lado de outros como seu primo Anézio a formadora da futura intelectualidade, na qual incluo políticos, empresários, comerciantes, profissionais liberais de nossa amada Rainha da Borborema, lecionando na sua casa, ora no Paraíba Hotel, ora na Vidal de Negreiros, próxima a Loja Regeneração Campinense, a qual ainda permanece com os traços daquela augusta época.


Maria, conhecida e perpetuada como “Danda”, em uma dicotomia que dividiu a sua biografia, circulava pelas reuniões políticas, de temperamento intempestivo, de uma autenticidade sem tamanho, que a distinguia das outras mulheres de seu tempo.


Por fim, encerramos esse pequeno registro com o nome de Leônia Leão, a única das quatro que ainda nos permite a convivência. Jornalista, secretária da Academia de Letras de Campina Grande, mulher corajosa que enfrentou as barreiras da sua época para criar os filhos e realizar seu projeto de vida como grande intelectual no século XX na nossa cidade.


Essas mulheres com suas diferenças e congruências devem ser lembradas como marco de rompimento com uma sociedade patriarcal e preconceituosa, a exemplo de outra grande personagem do nosso estado, no início do século XX, Anayde Beiriz.


Joana, Edith, Maria e Leônia, mulheres da Família Leão.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Brasão e seus significados


No Antigo Egito, as figuras heráldicas tinham significação simbólica. Como os guerreiros nos combates usavam armas de proteção que cobriam a face, era praticamente impossível distingui-los uns dos outros se não tivessem qualquer sinal externo que os identificasse. Em épocas posteriores tornou-se necessário representar armas comuns a vários grupos de combate, a fim de facilitar a sua reunião em torno de uma bandeira. Esses símbolos representavam o Chefe. A Heráldica surgiu e se consolidou na Idade Média.


Naquela época, ocorriam os torneios, que eram lutas individuais ou em conjunto, entre cavaleiros. Na corte, a tarefa de anunciar alguma coisa para o povo era dos arautos ou heraldos, que levavam as declarações de guerra e paz, além de cuidar de tudo aquilo que dizia respeito a brasões e títulos de nobreza, enfrentando os usurpadores de títulos e armoriais.


Os brasões têm definidas as suas cores próprias, desenhos e peças, que não podem ser modificadas ou alteradas. No tempo da cavalaria era uma forma de distinção entre os cavaleiros, a qual as famílias começaram a recebê-los por hierarquia, merecimento ou serviços prestados ao reino. Com o decorrer do tempo, tais escudos foram conservados como troféus de glória.



O Brasão é dividido em:

1. Chest (escudo): simbolizam as ambições, crenças e valores das pessoas que o usavam;

2. Elm (elmo): simboliza a cavalaria ou fidalgo que o ganhou por mérito, nesse caso, o elmo deve ser representado olhando para a direita, mas a viseira deve ser representada fechada (nobres até a terceira geração);

3. Mantle (manto ou plumas): meramente decorativo. No caso dos brasões mais antigos representa a capa dos cavaleiros. Pode-se também simbolizar as cores da família;

Top Banner (flâmula superior): contêm o nome que identifica a família;

Bottom Banner (flâmula inferior): contém o país ou lema da família.

Os símbolos representam:

4. O Leão força, grandeza, coragem, nobreza de condição. Também caracteriza domínio e proteção, condições que deve ter um superior sobre aqueles a quem domina;

5. O metal prata, quando presente nas armas dos soberanos, recebe o nome de lua. A prata está associada com a inocência e pureza, e aqueles que a tinham em seu brasão estavam obrigados a defender as donzelas e a amparar os órfãos;

6. O vermelho é conhecido também como goles ou gules, recebendo este nome nas armarias da nobreza geral. Quando presente nos escudos dos príncipes passa a ser chamado de marte, enquanto nos brasões dos nobres titulados é chamado de rubi. Este esmalte é associado com o valor e a intrepidez e obrigava os seus portadores a socorrer os injustiçados e oprimidos.


O Brasão dos reis espanhóis que carregavam o sobrenome "Leão" segue-se abaixo:






O brasão acima foi consolidado como símbolo do monarca, de sua família e, por conseqüência, de seu reino a partir dos reis Fernando II e Afonso IX. O leão é o animal que representa a força de um rei, a cor dourada é o ouro, o fundo branco é a prata (ouro e prata significam a riqueza associada aos reis) a cor vermelha é a cor do Império (era a distinção dos imperadores romanos e foi usado pela primeira vez por Afonso VII, el emperador).